SER ILUSÃO!

Na realidade da minha pobreza

Fico a pensar no meu sonho rico.

No meu trabalho,na minha esperança

No meu amor e de toda minha vida.

Que tudo se resume numa ilusão.

A ilusão de ser a lirica vadia dos jardins

A música das folhagens

A poesia canora dos beirais floridos

A saudade que os velhos troncos choram

das folhas que murcharam

Das folhas que caiem.

Dos ninhos, das  asas que fugiram.

Ter a ilusão de  que o jardim desfolha aos meus pés.

Ser o resumo encantado de todas as flores

Ter a voluptuosidade da rosa

Ser  misteriosa como papoula

Ser religiosa como as violetas.

Ter o aroma de todos os canteiros

Ilusão esta que embala minha alma

Deixando o ombro sem passado.

Ilusão de  que toda felicidade vem de ti!!

É como o amor, que desabrocha

e sonha!
Jane Freitas
MONÓLOGO MONÓTONO.
Conto os nós
Ponto por ponto,
olho os corpos..
o sol..
Todos mortos
No tronco
Todos os povos
Nos sonhos
Todos os rostos.
No sono
No fogo
Todos os cromossomos.
Todos os ossos.
Conto os corpos..
O gosto lodoso do fosso.
O socorro oposto
no doloroso dorso do lobo.
 No formoso voo do corvo
Colho os ossos.
Só..
Pó.
Flor, dor, cor
Componho os sonhos
Conto os nós..
Jane Freitas
Esta é minha religião..
Celebro os ciclos naturais da minha vida e da natureza.
Contemplo um Deus ao céu aberto.
Um Deus firme e forte como a pedra
Fecundo e perene como a terra
Transparente como a água
Suave como o ar.
Ardente intocável como fogo.
Minha religião é banhada pelo sol
Pelo vento que passa nos campos cheio grãos e sementes,
Pela chuva que chega lúcida e fresca
Batizando a todos sem distinção.
Meu templo:
As plantações,os arvoredos
Uma santa celebração majestosa como sacerdotes.
A floresta se veste a luz do sol flamejante, 
Murmura um canto dolente e sacro
Acompanhado pelo coro dos pássaros!
Por entre as ramagens uma paz viva e consoladora
Eu me curvo..
Diante das ervas, da relva, sob meus pés soberbas e divinas!
Me aninho por entre as folhagens e confesso,
A ignorância da minha alma
As nódoas do meu pensamento.
Ela não escolhe, tudo lhe é bom.
Afaga com doçura, distribuindo vida.
A mão que colhe seus frutos, a mão que golpeia seu tronco
o homem iluminado, o homem obscuro.
Tudo entrelaçado numa mesma aurora.
Vejo as raízes das flores se alimentando da podridão dos tiranos.
Como um grande ventre todos se fundem
Na promiscuidade sagrada da terra.
A natureza é a mais doce religião
Tem a mais verdadeira escritura.
E como mãe, imensos perdões!!!
Jane Freitas

SAUDADES....MÃE!


A saudade está aqui
Séria e triste.
Só falta o manto negro
Que não lhe ponho.
Pois a prefiro orvalhada de lágrimas.
Minhas preces estão subindo a teu encontro
Aproveito este momento de saudade
E te evoco inteira.
Vejo nossa casa reflorir com tua presença,
Te vejo na paisagem, no barulho da vida.
Mas sem a certeza do encontro
 E sem  o perfume dos vivos.
E isto doi mais que a saudade.
É por isto que neste momento de lembranças
Prefiro a orvalhada de lágrimas.
Porque não saberei quando ela voltará,
Assim com tanta plenitude!!
SAUDADES!!
JANE FREITAS

O eterno de ti
A estrada a pedra e o tempo
O choro de menino
A batalha vencida
O canto ferido
O gozo e o gemido
O eterno de ti!
A maneira de ser humano
A crença que resistiu purificada
O orvalho regando o verso
O amor que aprendeu  ser inteiro.
Deixando fragmentos de aurora ardendo pelo caminho
Isto é o eterno de ti!!!
JANE FREITAS

ACORDEI OUTRA VEZ!


Acordei outra vez.
Para todos os sons
Para a força das cores
Para ação dos ventos
Para a mão do tempo
Para tolerar todas as dores.
Acordei outra vez.
No escuro do meu leito
Sem lágrimas ou súplicas
Só lembranças palpáveis.
Jorrando vida da fonte do meu peito.
Acordei outra vez.
Na realidade implacável
De amar sem limites
Amar sempre sem clausuras.
E nutrir deste mundo
Deserto visto em falso medo
Acordei outra vez.
De um sonho fugaz
Para viver outra vez
E ser outra, outra vez..
JANE FREITAS..

PEREGRINA VENTANIA!

Eis-me de novo distante de tudo que desejei.
Peregrina ventania!.
Só tu caminhas pela minha vida
Só tu voltastes para meu desejo..
Abraças meu corpo esquecido num canto da lembrança.
Queima-me as veias
Lembrando-me do gosto da tua pele.
Falando de amor,
Viajando com ternura
Levando- me a morte.
Peregrina ventania!
Chegas em horas vazias trazendo o triste amargor,
Da solidão que me persegue,
Que escondida me acompanhas,
Sorrindo luz e versos!
Jane Freitas.


SILÊNCIO ABSOLUTO!!


Caminho sem regresso o círculo Da noite e do dia,
Caminho pelos campos como se fossem meus campos,
Subo cada ladeira por ser minha.
Saudo o  silêncio das manhãs de sol.
E guardo meu silêncio contra minha própria voz.
Faço emudecer minhas canções de amor.
Os anos se empilham nos ombros,
Mesmo assim subirei ao alto das colinas
Para observar o orvalho sutil do dia que amanhece.
Na planta dos pés o destino que se segui,
Nas mãos fluem os rios do tempo,
No  sangue o segredo da vida terrena
Que já ousa romper as  postas da eternidade.
Pois hei de morrer sem ruídos,
Como convém a quem conhece sua morte.
Em noites de luar, ou em manhãs de sol..
Hei de fazer a pé o caminho que haja.
Hei de esperar no umbral
Até que qualquer anjo, ou qualquer santo..
Convenha abrir-me a porta..
E se abrir...
Será em silêncio absoluto.
Jane Freitas..

MEUS MORTOS!!

Caiu a última  gota de orvalho.  
A planta viva foi arrancada do meu corpo
E lançada no leito da terra.
Sou fruto das raizes..
Calou-se o último grito na garganta.
Emudecendo as dores pungentes.
Lábios trêmulos, envelhecidos
Fecharam-se lentamente
A porta do meu coração.
Fios de ilusões perderam-se pela estrada,
Pedaços de sonhos velhos se despediram em vão.
Desaparecendo com a poeira amarela da solidão.
Gotas de fel espalharam pelo céu da minha boca.
E qualquer céu é tristeza e castigo.
Não há música para meus ouvidos
Desconheço a doçura dos seios das flores.
Meus mortos ! Aqui estou.
Só a morte compreende
A alma de pranto oceânico.
O corpo abraçado no próprio corpo.
Agarrado ás paredes do meu universo..
Meus mortos!
Não verás os dias cinzentos,
Não ouvirás meus soluços cortando minha alma
Em desespero vos clamando..
POR QUE FOSTES??
Jane freitas..
--

MÃE!


MÃE..
Não sou o fruto do teu ventre.
Não tenho os traços teus.
E nunca compreendi ,
O porque de teus segredos.
Que foram a agonia dos dias meus.
Hoje reavivo minha memória
Vendo as marcas,e as cicatrizes..
Que eu e você carregamos..
De nossa história..
Agora...
 Em teus olhos de tristeza..
Vejo a chama da tua vida sendo apagada
Mas eu te contemplo avidamente..
Procuro as tuas rugas mais tristes,
Sei que nelas me encontrarei.
Hoje minha mãe,
Tenho a compreensão de mãe,
E a ternura de filha.
Hoje minha mãe..
O que importa! Não ser fruto do teu ventre.
Mas o fruto de tua alma.
Colhido por tuas mãos.
Que arduamente, incansadamente..
Me ensinastes  com o coração..
Os sentimentos mais sublimes da vida
O amor e o perdão...
ANA CÂNDIDA DE BARCELOS:(09/12/1923 -10/02/2011)
A noite voraz sugou o sono dos meus olhos,
E agora somos três..
Eu, minha sombra e minha amiga lua.
Nessa noite pagã canto,danço e bebo..
Se canto a lua me ouve em silêncio.
Lua tão branca e tão fria , amiga inconstante!
Se danço, minha sombra dança tambem.
Mais fiel que a sombra, é a morte.
Sombra saida de mim
Prisioneira dos meus pés.
E eu prisioneira da noite..
Se bebo, nem a lua nem a sombra tem sede
Só a noite me devora..

Rasga meus versos
Ó! noite de amargura..
Eles não foram feitos para ti.
Custaram o amor que não tive.
Para o infortúnio é que os escrevi!!!
Autor Janildes

MÁGICO SEM DOROTHY

 
MÁGICO SEM DOROTHY

Eu sabia que você faria tanta falta
Acho que porque estava sempre ao meu lado
Eu não sabia o quanto era importante
Ouvir suas palavras

Um dia em que estávamos muito sozinhos
Eu ouvi você falar que iria partir
Mas que sabia que eu não seria feliz plenamente
Porque eu não sabia esperar as horas passarem

Lembro as suas lágrimas quando falei que seria preso
Pelas árvores da imaginação
Que nos levam onde não sabemos como sorrir
Depois de tempos de vôo

Hoje eu sei o que você queria dizer
Quando me pediu para esperar que você partisse
Para eu sonhar com meu caminho para o mundo de oz
Aonde a felicidade iria me esperar entre desilusões

Que a vida escreveu nas sombras dos espelhos
Que reflete a imagem distorcida de nosso amor
Ilustrando nosso coração com palhas e lata
Mas que no fundo só quer encontrar um amor que nos faça feliz


PAI!!

(ELVIDES JACINTO DE BARCELOS 20-03-1923/31-07-2010)
PAI!
Sou a filha que você amou
Sou o filho que você desejou.
Rememoro hoje o passado inteiro
Quando galopava a seu lado
O vento destrançando meus cabelos.
Você com o laço apartando o gado.
Ouço a melodia do riacho
Que me conheceu pequenina.
Sinto a brisa suave do milharal,
Essa saudade! tem mais perfume
Que as flores de um cafezal!.
Pai..Reverencio-o sua humildade
Sua natural timidez,
Seu sotaque simples
Seu estilo de autentico matuto
Reverencio-o, suas mãos
Calejadas pelo trabalho rude.
E na plenitude do seu rosto
Vejo sua resignação.
Bem que eu quisera Meu Pai!
Que o relógio burlasse o tempo.
Para mais uma vez,
ouvir seus passos pela casa.
E com silêncio respeitoso
Apenas te contemplar.!

Janildes.

QUE AMOR É ESSE?

Que amor é esse?
Tão sem rima
Que me fascina
Que me domina
Que me faz sentir menina
Com vontade de brincar.

Que amor é esse?
Em silêncio..
Que sobrevive de uma conversa muda.
Que atravessa o tempo
Me faz sentir leve
A cada amanhecer.

Que amor é esse?
De espera constante..
Eu te amo tanto!!..
Te amo desde a infancia
Te amo desde ontem
De antes  vir a ser..
Te amo de algum lugar no passado.

Que amor é esse?
Que me enche de dúvidas
Que me deixa confusa.
Só eu te guardo, disfarçando minha dor
Me fazendo morrer de amor..
Autor;Janildes..



BEIJA-FLOR


BEIJA-FLOR
Autor: Arnoldo Pimentel

Vi um beija-flor beijando a flor
Mas não vi seus olhos
Estavam depois da ponte
Desde ontem

Vi seus olhos através da vidraça
Vidraça desenhada pela lembrança
Mas não tinha o beija-flor
Não tinha nem uma flor para lhe beijar com amor

Vi um beija-flor atravessando a ponte
Para enfeitar sua tarde
Sua tarde de sol cálido
Doce e ávido

Vi um beija-flor ávido de amor
Do seu amor
E nem mesmo o bilhete que deixei pra você
Na janela, colado à vidraça, ele levou

'AMOR ETERNO'

Lembra-te que és pó.
E em poema te tornarás.
A vida foi absorvida
Na imensabilidade do universo,
Não há mais caminho
Apenas o silêncio perpétuo
Da força fatal e cega
Do amor eterno.
Chega o ultimo frio
É a brisa com seu canto
Dolente e sacro..
Mas o amor ainda palpita
Na eternidade
Sossegando o coração
Nos braços do bem amado..
Autor; Janildes

SOMENTE EU!







Hoje estou escondida de mim mesma
Sem olhar para ninguém.
Sinto a forma imperfeita de um poema
UM poema inacabado
Que fala do sentimento em vão
Da vida sem razão.
Hoje meus olhos deixaram
De ser a fonte murmurosa,
Deixou de apiedar
Diante da frieza da morte.
Que ironiza
À areia fina da ampulheta.!
Hoje remendo minhas recordações.
Com os retalhos,que sobraram
De uma longa experiência.
Hoje enluto meu corpo,
Amargo minha boca,
Congelo meu coração..
Na agonia da tua partida
Hoje disfarço de mim mesma.
Humildemente, tão somente,EU.
Janildes..

SAUDADES!!


EU! de saudades..
Camuflado no colorido das folhas.
Perdido numa saudade
Mais fria e lívida que a lua.
Mais profunda que a noite.
Que faz a alma docemente doente..

EU! com saudades..
A vida tornou-se um eco
As tardes se arrastam silenciosas.
Despira-o inverno rude e impiedoso
E a ventania em fúnebre lamento.

Sinto o último raio de sol,
O último instante foi de saudade,
De mim.. de ti..
A densa saudade em algum lugar
Em mim é fonte, líquido
Que ficará eternamente
Por detrás da lágrima invisível..

Surge no longínquo horizonte
As primeiras pinceladas  rubras do sol poente.
Que definem a imagens de altas motanhas..
E serenos morros
Onde o vento conduz minha história.
Distantes e inquietas as ondas do mar
Beija a areia semi-adormecida,
Apagando.. pegadas..
Que já não são as minhas..
Janildes..

MOMENTOS DE OUTRORA!





Silenciai murmurio do vento!
Para que meu amor adormeça.
Longe dos presságios, e da minha dor.
Enquanto teu corpo se tranforma em sonho
Que reinará em meu pensamento.
Que eu cante a vida que passa
Relendo nas mãos vazias
As linhas de algum roteiro.
Dos destinos sem destino.
Neste céu de remendos,que cobre minha nudez.
De tantos impusos,
Vorazes momentos,
Alheios desejos.
Sou feita de tudo e nada,
Da pele dos seios fazem-se petálas das margaridas
Dos olhos tristes fazem-se violetas.
Da cor dos lábios a rubra primavera.
Hálitos perdidos, mãos macias ,
Sentimentos velados.
Da noite desconhecida e fecunda
Meu remorso frio, surdo,inflexível.
Faz subir ao rosto o suor de minhas falhas.
Não ha lugar que me abrigue,
Sei que flutuas em mim.
Anjo da morte que me espreita
Nas encruzilhadas do universo
Na manhã de outras manhãs, que não verei nascer!!

Janildes..
Sou mais sombra que alma,
Brota em mim o perfume
Das flores que semeei
Minha tristeza..ri.
O sonho chega.. tremo.
O calor me imunda.. amo, quero.
No teu olhar ha estrelas
De todas minhas noites.
Brilham auroras no sorriso.
O beijo é alimento.
Sinto vontade de cantar
Não preciso;eu própria sou o canto.
HA! aquele vento vivo como um beijo
Quero estar nua para senti-lo
Como se fossem tuas carícias invisiveis.
Sentir este vento é tudo que inda me resta.
Janildes..

SOU SÓ UM SONHO!



O dia não amanheceu
O sol não surgiu alvo e flamajante.
Ainda é noite em minhas lembranças.
Mas na claridade de teus braços
Meus dedos deslizam
Busco o gosto da tua boca.
Teu olhar é denso e doce.
E a note está mais linda  que meu vestido
Esvoaçante, que farfalha na penumbra das flores
Tens no rosto enluarado, um brilho súplice.
És luar e perfume..
Eu flor..descoberta..
Enxugo o rosto e me deixo ir
levada pela mão nunca esquecida,
Minha sombra é longa
Caminho no rumo dela e da esperança
Que se encurta..
Pois agora sei que sou sonho
Meu.. teu e de todos os homems..

Um carinho do meu amigo poeta Arnoldo Pimentel


PESCADOR DE SONHOS



PESCADOR DE SONHOS
Autor: Arnoldo Pimentel

Tudo passou na hora que desbotou
Na hora que deixou de ser
Quando a maresia trouxe o outro lado da cor
O outro lado da dor

Tudo passou na hora que tinha que partir
Partir para o nevoeiro
Partir pra solidão do mar
Partir sem saber se iria voltar

Iria apenas partir
Não importava se iria ou não pescar
Importava sim
Poder se descobrir

Não importava se a dor que sentia era feita de flor
Ou se amargas lembranças iriam voltar
Só queria mesmo era partir para o mar

Só queria olhar para o horizonte e se entregar
Viver uma aventura para se esquecer de amar
Não importava se iria encontrar um marlim
Ou apenas sorrir para as estrelas ao invés de chorar
Ao invés de querer desistir de sonhar

Talvez fosse mesmo outro velho em busca do mar
Ou apenas um jovem velho que não soube amar
Que não soube pescar na beira da praia
Que nem mesmo saboreou uma raia

A lua secou
Secou sem lágrimas para desabrochar
Secou sem poder olhar os olhos que queria abraçar
Secou sem seus encantos poder mostrar
Sem ver o sol que queria amar

Tudo acabou
Acabou na hora que a flor sem orvalho suspirou
Na noite que seu mar secou
Nos olhos que ao olhar serenou
Na única noite que amou

Talvez fosse mesmo um velho jovem que estava partindo
Ou um jovem que viveu sua breve vida sorrindo
Mas que se esqueceu de tentar naufragar
De se agarrar a tênue vida que a solidão nos dá
Que se esqueceu de lembrar que para viver
Era preciso brincar
De sonhar
De viver para amar

VERSO PRISIONEIRO!

Tento por em letras minha vida
Mas meu verso está prisioneiro.
Não me importo com as rimas ..
Mas por onde começar?
Tu me ensinaste apenas o final!
Não sei em que tempo te perdi..
Nem sei o que de ti
Guardei em mim..
Teu cheiro.. tua voz.. teus versos!
Aprendi que teu amor.
Não se referi a uma só coração.
Mas aprendi com você..
Que o poeta não tem direção..
Não tem dono..
Que teu amor és fragil
E transparente como um cristal.
E que o encanto de um poema
Não está exatamente nele
Mas em que o lê..
Janildes.


TRISTE.. FIZ-ME!


 Para iludir minha alma
Escrevi tantos versos de amor..
Te busquei por diversos caminhos.
Te acolhi  com minha insanidade.
Na tua voz de silêncio
Reconheci teus mais profundos segredos.
Na tua timida tristeza
Chorei minha mágoa.
Espalhaste tua paixão por mil pontos no infinito.
Mas não consegui colher
Nem uma gota deste doce orvalho.
Teus versos me despiram
Enquanto meus olhos morriam de dor..
Tua luz se espreguiça no horizonte
E dela faço minha esperança sem cor.
Quanto o quiz!..A ternura de teus braços..
Mas sempre desertos, inteiramente lassos!
De tuas mãos poéticas e cheias de passado..
Esperei o afago..mas só o indiferente aceno.

Talvez um dia levarás aos lábios meu poema
Tardiamente..
Pois serão folhas esparsa pelo ar.

Janildes..



                                                       

DECLARAÇÃO DE AMOR



DECLARAÇÃO DE AMOR
Autor: Arnoldo Pimentel

Eu te amo
Muito mais que possa imaginar
Muito mais que as estrelas do mar
Em todas as formas que há de amar

Preciso fazer você feliz
Então não tenha medo, me entregue seu coração
Assim serei o cobertor colorido
Que aquecerá seu corpo e sua vida nas noites de tristeza

Somos tão carentes de amor
Precisamos tanto nos sentir amados
Vamos juntos buscar os caminhos da felicidade
E vivermos nossos sonhos na terra distante do amor

Você é a luz da minha vida
Farol da minha embarcação
Todos os meus sonhos serão possíveis com você ao meu lado
Pois você é o sangue que pulsa em minhas veias

Quero sentir nossos abraços entrelaçados
Acariciar seus cabelos soltos e travessos
Beijar seus lábios que adoçam minha alma
Sorver o pólen do seu coração

Eu te amo mais que tudo
Por você daria minha vida
Apenas para te ver feliz
Mesmo que fosse longe dos seus braços

CHORANDO POR VOCÊ!



                                                                           
Meditei por horas no infinito,
Amarguei minha dor sem fim.
As estrelas no céu , vagando,
Pareciam todas chorar por mim.
Só minha alma o tempo não socorre.
Me prendendo aos dias vagarosos,
Neste amor que não passa, nem morre.
Amor longínquo, amor de fugitivo
Amor que pousa no olhar do Adeus cativo.
Da lágrima surpresa e impertinente.
Amor liberto lascivo incontentado.
Amor que me assombra.
Que sofre mas me abençoa.
Amor contraditório , que me arrasta ao pó.
Na manhã chuvosa, em sonhos voa..
Com meus farrapos de ternura,
Eu te sigo à imagem esfolhada.
Mas quando  a vida te encher de inquieta mágoa.
Iluminando de aflições escuras..
Como estrelas trêmulas e puras
Dos meus olhos, te olhando cheiosd'água.

PELO SEU AMOR EU ESPERO!

                                                                                                        
O mesmo anoitecer,o mesmo amanhecer.
Aprisionada num mesmo abraço.
Minha alma com a tua entrelaçada.
Meus olhos perdidos nos teus olhos.
Só o meu amor brilha com tanta intensidade.
Vem com o primeira claridade..
Desnudei o amor que a te ti cobre..
Mostrei-te minha alma toda nua,
Mergulhei na ténue luz da lua.
Que embora seja tudo que me sobre.
Mas que tem a cor e o sabor da imagem tua.
Acolha-me em teu peito.
E me diz que não terei mais solidão.
Esperar pelo teu amor não será em vão..

CONTRADIÇÃO!!



                                                                                
           
Eu vivo só, minha alma é fria..
Meu coração só tem ardores..
Intermináveis são os meus dias..
Meus minutos parecem anos.
Não rogo mais a doce guarida..
Se os olhos cerro,vejo-o no meus sonhos!
Se a noite acordo,Sinto que enlouqueço
Este morrer que vivo jamais finda.
Quanto mais procuro, ver se te esqueço..
Sinto que te adoro, muito mais ainda!!

É NOITE NO MEU CORAÇÃO



É NOITE NO MEU CORAÇÃO

É noite no meu coração
Vivo tomado pelo medo
Sei que para Ti
Não tenho segredo

Venho aqui pedir Seu perdão
Fico de joelhos
Fecho meus olhos
Tiro minhas vestes

Sou apenas mais um filho a pedir
Que olhe por mim
Que não me deixe cair em tentação
Que ilumine meu caminho

Porque não tenho forças para vencer sozinho
Quero estender-lhe minha mão
Mas meus braços são pequenos
Não sei se O alcançarão

Autor: Arnoldo Pimentel

..E VÃO-SE AS HORAS..

                                                                                                                                            
E vão-se as horas desfilando lentas..
Revelando a extensão de uma verdade.
Não consigo enxergar novos atalhos..
Desejo, apenas que o tempo voe.
Diante de tantas lembranças doloridas
Parece que vivi, mais de mil vidas.
Quem virá arrancar do meu peito os espinhos?
Quem virá aquecer-me  a alma gelada?
Me firo nos espinhos dos meus prantos.
Num céu de amor, num inferno de tortura,
Solidão que aumenta a cada instante.
Plasmando na dor e no mistério.
Me ajoelho em piedosa contradição
Enquanto o vento sopra soluçamte.
Fecho a cortina, e apago a luz do dia
Não quero que ninguem veja  a agonia,
Deste morto e insepulto coração..
.

ÂMAGO



ÂMAGO

O Senhor é meu pastor e nunca me faltará
Devo crer para que possa sorrir, mas não consigo
Minha fé é pequena, porém vejo tua grandeza
Sinto-me perdido, ajuda-me, preciso de um amigo

O Senhor é meu pastor e nunca me faltará
Mas eu não encontro O caminho, me sinto sozinho
Há tantas portas abertas e não sei qual é a certa
Dai- me sua mão, mostra-me o verdadeiro caminho

O Senhor é meu pastor e nunca me faltará
Ainda me sinto preso, ainda não vejo a Luz
Daí- sua paz, me ensina o valor da cruz

Sim, Tu és o meu Pastor e eu mal O conheço
Aproxima-me de Ti, revelas a mim a Tua presença
Quero provar de tua vida, ainda que não mereça

Meu Pastor, muda meu nome e não serei criatura
Quero seguir-te e ser à tua semelhança fiel
Quero ser chamado de filho e poder morar no céu

Autor: Arnoldo Pimentel

SÓ UMA MIRAGEM!

                                                          
Abro a janela e sinto uma leve aragem,,
Soprar teu manto e carregar,
Da escuridão sua imagem.
Então percebo que no meu deserto
Você só foi uma miragem.
Não posso esconder o sentimento
Que tornou meu olhar contemplativo,
Expulsaste de te  meus desejos
Não quisera ser pássaro cativo do meu coração.
nem encher de sóis meus tristes dias,
Pelos mistérios dos teus sentimentos
Errei,perdidamente,à procura do amor.
Mas sou apenas um campo de árvore e relva.
com chuvas de pranto e ventos de dor.
Só tenho árvores para te cobrir,
E relva para tu pisares..

PENSEI EM TE!!

                                                                                                                                                                     
Hoje pensei tanto erm te..
Minh'alma estava plena de promessas
Abri minha janela e te esperei
Teu vulto tímido aparecer..
Com o olhar de horizontes indecisos,
Fechaste em tuas mãos meus segredos.
Só em pensar-te! Meu olhar delira!
Eu sei que nunc achegarás, eu sei!
Que eu mesma, inventei esse infeliz mentira.
Sonho que ainda me chamas..
Como um sussurrar de uma ventania,..
Jurando falso que tanbem me amas..

BRINCAR DE POESIA



BRINCAR DE POESIA

Um dia sonhei em brincar de poesia
Pensei em inventar coisas
Tipo amor
Tipo nostalgia

Um dia tentei descobrir o que era o mar
Tentei brincar de amar
Imaginando que seria só fantasia
Amar na poesia

Um dia pensei em sentir o perfume das flores
Viver sem sentir dores
Um dia tentei viver
Esquecer que queria morrer

Um dia quis saborear o néctar
Cortei-me nos vidros
Sangrei sem ser ouvido

Um dia vou dizer adeus
Adeus pra minha poesia
Vou deixar de amar
Deixar de chorar

Um dia esquecerei
De me olhar
De me ver passar

Um dia vou deixar de brincar de poesia
E vou morrer para essa vida
Sem sonhos
Nem fantasia

Vou morrer pra poesia

Autor: Arnoldo Pimentel

LÍRIO AZUL!

                                                                                   
Lírio Azul a florir-me os dias..
Dá, vida e força a meu ser exausto,
Na clara manhã rutilante.
Ascende o sol no horizonte..
Emana uma aragem fragante..
OH! Lírio Azul do céu solitário.
Floresce sobre as agruras das rochas..
Na aridez ou no lamaçal,
No coração dos poetas
Com seu azul celestial..
floresce até na alma,
De quem o desconhece,
Doce Lírio Azul! de imaculada beleza
Que do meu coração arrebataste..
A amargura e a sombra da tristeza,
Brinca com os meus sonhos..
Descalso, nú e travesso,
À saciar-te de mim..
Perfumando-me os versos.
Jane Freitas..